O debate central na sessão camarária de segunda, dia 19, foi a inclusão do evento Expo ESG no Calendário Oficial de Eventos do Município de Piracicaba. De autoria da vereadora da base governista Alessandra Bellucci (AVA), Josef Borges (PP) e ela foram as vozes solitárias em favor de incluir a feira na agenda anual em agosto – o que não prosperou.
O controverso aqui é que o evento tem como principal mentor o ex-secretário de Meio Ambiente, Alex Gama Salvaia, e tem caráter privado, na opinião da maioria da vereança.
Rai de Almeida (PT) chegou a divulgar o preço de cada estande, aos R$ 80 mil. “Essa festa é feita por alguém que não tem legitimidade para fazer festa beneficente e tem passado que condena”, cutucou Zezinho Pereira (UB).
Já Gilmar Rotta (PDT) questionou a contrapartida do evento com verba para o Fundo de Cultura. ‘Batendo fora do bumbo’, até o vereador de extrema direita Fabricio Polezi (PL) foi contra, alegando o contexto ESG ser uma ferramenta dos globalistas com base na Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas), “prejudicando pequenos e médios agricultores”.
Silvia Morales (PV/Mandato Coletivo) entrou em cena para clarear o assunto. “O conceito [ESG] da ONU é bom para as empresas adequarem governança, ambiental e social. Mas não há a necessidade de incluir no calendário porque quem tem que investir é o mundo corporativo. Sobre a questão do meio ambiente urbano, acabam com as árvores e querem falar desse conceito ESG. Não cabe ao Poder Público institucionalizar a marca Expo ESG.”
A crítica foi sobre a falta de transparência do evento notoriamente particular com uso gratuito de espaço público – segundo Gilmar, o valor do aluguel do pátio grande do Engenho Central para eventos chega a R$ 50 mil.
Bellucci defendeu seu projeto de lei porque tem uma ação dentro da feira para promover adoção de animais e arrecadar ração.
Expo ESG tem como um dos mentores Alex Salvaia, ex-secretário de Meio Ambiente de Piracicaba
(fotos/créditos: divulgação/redes sociais)