São mais de 200 pescadores sem condições de trabalhar, informou o presidente da colônia Z30, Antonio Marcos da Silva, que acompanhava a audiência pública. Segundo ele, 200 mil matrizes menos estarão se reproduzindo, situação que complica a pesca.
O fundador da SOS Piracicaba, Jean Carlos Machado, também fez um relato pra lá de triste. A ajuda vinda do governo Tarcísio de Freitas (REP) foi um empréstimo com 3% de juros. “Eles estão dando uma dívida para gente e vamos aceitar para pagar dívidas”, concluiu.
O promotor Ivan Carneiro Castanheiro e o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, apontam que o empréstimo não é o melhor dos caminhos. Uma comitiva de pescadores foi até Brasília e aguarda o processo burocrático do Governo Federal para liberar verbas a fim de socorrer os atingidos por meio de fundo perdido – sem precisar devolver o dinheiro.
Várias famílias dependem do Rio Piracicaba como única fonte de renda (foto/crédito: reprodução SOS Piracicaba) |
Outra de lascar foi a situação revelada pelo secretário municipal de Meio Ambiente (Simap), Ronaldo Cançado. O titular da Pasta relatou ter contatado um amigo engenheiro ambiental assim que soube do desastre no Rio Piracicaba e que, logo após, uma comissão também de amigos foi formada para estudar o caso.
Questionado pela reportagem, ele entregou que a Simap não tem engenheiro ambiental especialista em alevinos – é inacreditável que uma secretaria de meio ambiente num município com um rio como seus principal capital ambiental não tenha nenhum profissional dedicado à área.
Foram convocados ‘de boca’ por Cançado, Plínio Barbosa de Camargo (Cena-USP), José Alves Lopes (presidente Remo Piracicaba), João Marcelo Elias (Fundação Florestal) e Ricardo Signoretti (engenheiro ambiental).
“Estamos fazendo um acordo com essa equipe de colaboração e cooperação e gostaria de terminar [este processo] até o fim do ano, mas você sabe que a prefeitura depende de licitação e é demorado”, disse Cançado ao promotor Ivan Castanheiro prevendo dispor de tal apoio só em 2025.