Esgoto sem tratamento, algas e baixa vazão causaram maior mortandade de peixes no Piracicaba, diz usina São José

Sobre a maior mortandade de peixes no Rio Piracicaba em 7 de julho – provocada, ao que tudo indica, por despejo irregular de resíduos e melaço no ribeirão Tijuco Preto, em Rio das Pedras, a partir da Usina São José, do Grupo Farias – a empresa enviou nota ao jornal contestando haver responsabilidade.

Usina São José, unidade do Grupo Farias
(foto/crédito: web)

“No último dia 12/08, foi apresentada a defesa da Usina São José em relação ao auto de infração aplicado pela CETESB. A empresa não reconhece nexo causal entre suas operações e a mortandade de peixes registrada ao longo do Ribeirão Tijuco Preto, Rio Piracicaba e no Tanquã. Por meio de análise técnica contratada pela usina, foi possível constatar o despejo de esgoto bruto e parâmetros de oxigênio alterados em um ponto do Ribeirão Tijuco Preto à montante da usina, ou seja, em trecho anterior a localização da sua sede, considerando o curso do rio da nascente até a foz, demonstrando a ausência de nexo de causalidade. Historicamente, tanto o Ribeirão Tijuco Preto quanto o Rio Piracicaba (e outros afluentes da região) sofrem com poluição direta e difusa, havendo um sério histórico documentado de lançamento de esgoto não tratado e de vinhaça diretamente no corpo hídrico, inclusive nos pontos em que a CETESB disse ter visto mortandade de peixe no dia 07/07/2024. Pelo menos desde 2014 são registradas mortandades de peixes, em sua grande maioria relacionadas à contaminação das águas por esgoto não tratado, eutrofização e baixa vazão do corpo hídrico, conforme Relatório de Qualidades das Águas no Estado de São Paulo publicado pela CETESB anualmente. Logo no início do ano de 2024, no mês de janeiro, quando a usina sequer tinha retomados as atividades, foi verificada uma enorme quantidade de peixes mortos no Rio Piracicaba, próximo à ponte no bairro de Monte Alegre, cuja causa foi associada à baixa vazão do rio, associada a uma alta temperatura da água e alta concentração de poluentes, em uma situação muito semelhante à ocorrida em julho do mesmo ano. No dia 22/07/2024, inclusive, houve novo episódio de mortandade de peixes no rio, próximo ao Salto do Mirante, sendo a mortandade atribuída à própria Prefeitura de Piracicaba, o que reforça a inexistência de relação com as atividades da usina e a existência de outras fontes poluidoras na região. A Usina São José continua colaborando com as autoridades prestando os devidos esclarecimentos, assim como fez e continuará fazendo uso do seu direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa para restabelecer a verdade e provar a sua inocência.”

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