Simulação em 3D mostra diferença na paisagem à beira-rio (foto/crédito: reprodução/Salve a Boyes) |
O cenário tradicional piracicabano de beira-rio quase sofreu um revés neste início de semana em prol de apartamentos luxuosos defronte ao principal cartão postal da cidade, o salto do Rio Piracicaba. O projeto imobiliário Boulevard Boyes foi modificado pela terceira vez e já tem parecer positivo do relator Eduardo Trani do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo).
Conforme o Movimento Salve a Boyes, a mudança foi a redução de 11 metros de uma das torres – que antes incidia na paisagem da Casa do Povoador, bem tombado pelo Estado. Mas o que estava líquido e certo por parte dos empreendedores não terminou como o esperado.
O conselheiro representante do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Marcos Monteiro Rabelo, especialista em patrimônio cultural, pediu vistas e impediu a votação para liberar as obras na antiga fábrica têxtil histórica de Luiz de Queiroz.
Para o Salve Boyes, as “torres e um processo de verticalização alteram completamente a paisagem e destrói o conjunto Beira Rio, conservado há mais de 50 anos por diferentes gestões municipais e prefeitos”.
A assessoria de imprensa do Boulvard, por meio de nota, informou “que nossas equipes técnicas continuarão à disposição do Condephaat para fornecer as informações necessárias”.
“Vale destacar que todas as solicitações do órgão foram prontamente atendidas pelos empreendedores, evidenciando como é possível integrar passado e futuro, gerando renda para a população, respeitando a natureza, destacando e valorizando o patrimônio histórico relevante, abrindo espaços para lazer, cultura, educação e entretenimento à sociedade. O projeto une atuação imobiliária com respeito, responsabilidade, sustentabilidade e foco na comunidade.”
A votação no Condephaat tem previsão de voltar à pauta no próximo dia 18.