Klabin é investigada por formação de cartel na contratação de funcionários; Raízen não paga multa e inflaciona passagens aéreas via preço de combustíveis em Guarulhos (SP)

Duas empresas baseadas em Piracicaba (SP), a Klabin e A Raízen Combustíveis, estão no olho do furacão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e ambas foram destaque na mídia nacional em outubro. O conselho é uma autarquia federal brasileira, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, e tem como missão zelar pela livre concorrência no mercado, sendo a entidade responsável, no âmbito do Poder Executivo, não só por investigar e decidir, em última instância, sobre a matéria concorrencial, como também fomentar e disseminar a cultura da livre concorrência. 

KLABIN


Conselho fala em fortes indícios de prática anticompetitiva
(foto/crédito: Klabin)

Conforme o jornalista Robson Bonin, da coluna Radar publicada pela Veja, o Cade está com uma nova investigação contra 33 multinacionais, entre elas a Klabin, para apurar uma formação de cartel a fim de cercear a livre concorrência no mercado de trabalho. Por meio da internet ou em reuniões presenciais, as empresas compartilhavam informações sobre salários e benefícios trabalhistas a fim de eliminar a possibilidade de propostas de emprego mais vantajosas e, portanto, fixando preço da mão de obra.

“Existem fortes indícios, até o momento, da prática de conduta anticompetitiva consistentes em troca de informações comerciais sensíveis sobre o mercado de trabalho. O compartilhamento de informações comercial e concorrencialmente sensíveis incluiu, mas não se limitou, a informações sobre salários atuais, veículos, plano de saúde, transporte, alimentação, funcionários demitidos, de férias, em licença e aposentados, além de educação, saúde em geral, pais e benefícios diversos”, diz o Cade.

Atualmente com cerca de 1.000 empregados na cidade, a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil deve expandir seu quadro de colaboradores para mais 2.000 funcionários na expansão das atividades chamada por projeto Figueira. A redação procurou o Sintipel (Sindicato dos Papeleiros de Piracicaba) e aguarda posicionamento da entidade quanto ações em prol dos trabalhadores da categoria.

A assessoria de impressa da Klabin foi questionada sobre a abertura de investigação, os impactos nas unidades de Piracicaba e no novo projeto, mas não prestou quaisquer esclarecimentos até o fechamento desta edição.


RAÍZEN


Esquema em aeroporto internacional representa 5% do preço cobrado por litro
(foto/crédito: Raízen)

O braço de combustível do empresário piracicabano Rubens Ometto na joint-venture formada entre a Shell e o grupo Cosan está 'correndo do Cade' para não pagar multa e continua impedindo a concorrência no aeroporto internacional de Guarulhos, na Capital paulista. Diferente do caso Klabin, a decisão final do Conselho Administrativo de Defesa Econômica sobre a questão já ‘faz aniversário’ de dois anos – mesmo assim a assessoria de imprensa informou à redação que “A Raízen não comenta processos em andamento”, mas antes ofereceu formalmente uma entrevista em off sobre a pauta, o que foi recusado pelo O Diário Piracicabano. Junto de outras empresas que operam a e na infraestrutura (concessionária e fornecedores de querosene), a Raízen tem recorrido à Justiça desde então a fim de barrar uma quarta empresa como concorrente na oferta de combustíveis para os aviões. O resultado deste jogo reflete nos preços das passagens de viagens com consumo obviamente superior ao demandado por trechos nacionais. As informações são da coluna Painel S.A, da Folha de S. Paulo.

“A situação impede a Gran Petro de competir no aeroporto e mantém sobrepreços no combustível que oneram ainda mais as passagens. Consultorias estimam que a manutenção do esquema de funcionamento do abastecimento de aeronaves no aeroporto representa 5% do preço cobrado por litro de combustível, muito fora dos demais aeroportos estrangeiros”, aponta a Painel. Utilizando-se de liminares judiciais a Raízen e as demais empresas têm driblado um total de R$ 154 milhões em multas bem como deixam de lado a obrigação sobre a definição de regras a outras distribuidoras para venda ao centro de abastecimento do aeroporto.

Postar um comentário

Mantenha o respeito e se atenha ao debate de ideias.

Postagem Anterior Próxima Postagem

Formulário de contato