Vereador de extrema direita e Helinho Zanatta (PSD) fazem pouco caso com o trabalhador; expectativa do sindicato é de reposição da inflação ao salário do servidor

O fim da escala 6x1 teve moção de apoio aprovada pela Câmara de Vereadores na sessão do dia 17. O debate frutificou em 'abobrinhas', como a proferida pelo vereador de extrema direita Renan Paes (PL) sobre o empregado debater com o patrão jornada de trabalho e salário. 

Colocando como exemplo deste absurdo – já que o empregador tem maior poder na correlação e o sindicato trabalhista é a entidade para equilibrar esta luta – os servidores municipais estão em campanha salarial por reajustes, mas o prefeito Helinho Zanatta (PSD) está ‘na encolha’. 


Resultado da votação da moção mostra vereadores contra o fim da escala 6x1
(Foto/crédito: reprodução/Câmara de Vereadores)

A oferta do prefeito

A primeira contraproposta foi de 3,64% quanto à recomposição inflacionária entre março de 2024 e fevereiro de 2025, vale-alimentação de R$ 270 (servidores ativos), manutenção da cesta básica a aposentados e pensionistas e vergonhosos R$ 25 ao mês em substituição do programa Café da Manhã, instituído pelo então prefeito José Machado (PT) em 2001. A rejeição foi ampla, informa o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Piracicaba.


Servidores rejeitaram proposta da prefeitura na quinta passada, dia 20

(Foto/crédito: Dario Banzato)


O que os servidores querem

A proposta da entidade sindical aprovada em assembleia é de reajuste de 9% - composto por 5% de reposição inflacionária e 4% de aumento real – e vale-alimentação no valor de R$ 1.000, mantendo a cesta básica aos aposentados. 

Temperatura na prefeitura

O diretor sindical e advogado José Osmir Bertazzoni se reuniu ontem, dia 24, com Helinho e relatou à reportagem esperar uma segunda contraproposta da prefeitura com índice dentro da reposição inflacionária, na margem dos 5%, mas sem vale-alimentação porque o edital regular para cestas básicas do ano está prestes a ser publicado nos próximo dias. "Ficou para 2026", projetou ele sobre uma das grandes expectativas de mudança no funcionalismo. 

O vale também dependeria de aprovação na Câmara e uma licitação, o que torna inviável ainda mais a troca do benefício em 2025. Bertazzoni também descartou uma possibilidade de greve. O relato ainda inclui sobre a entrada de uma nova contraproposta oficial chegar apenas entre quarta e quinta desta semana, dias 26 e 27, porque Helinho estará na Capital paulista hoje, dia 25. 

Nova assembleia

O sindicato já tem nova assembleia agendada com servidores para esta quinta, dia 27, a partir das 18h, na sede da entidade. Após a reunião está prevista uma passeata com manifestação às portas da Câmara, que estará em sessão no plenário. Bom lembrar que o descontentamento no funcionalismo é uma das duas crises iniciais da atual gestão. 

Nota do sindicato

Após a publicação da Edição ao Leitor para assinantes do O Diário Piracicabano, o sindicato enviou nota abaixo.

"Estamos no período de negociação salarial. Assim, é natural que, após as assembleias, ocorram diversas reuniões e diálogos entre a entidade, representada por seus diretores, e a prefeitura, por meio de seus gestores.

Ainda não sabemos qual será a nova proposta da Administração. Ontem (24), realizamos algumas conversas por meio do nosso diretor, o que faz parte do nosso dever como negociadores. No entanto, nenhuma decisão foi tomada até o momento.

As decisões, obviamente, são prerrogativa da Assembleia Geral. Entretanto, os índices oficiais de inflação acumulados estão, em média, em 4,87% (INPC), enquanto a primeira proposta do prefeito foi de 3,64%. Por isso, a diretoria do Sindicato afirmou que espera uma nova proposta que contemple, pelo menos, a recomposição da inflação.

Sobre o Vale Alimentação, a diretoria comentou com a reportagem apenas sobre as dificuldades de implantá-lo já em 2025. Em nenhum momento afirmou que aceitará uma proposta sem um plano viável para a implementação desse benefício, que deve levar cerca de seis meses e depende de licitação.

Quanto à possibilidade de greve, ela existe. No entanto, sempre alertamos que, caso não haja prejuízos reais à categoria, há grandes chances de a greve ser considerada ilegal e abusiva, o que poderia acarretar prejuízos ainda maiores aos trabalhadores. Por essa razão, essa possibilidade, a princípio, deve ser ponderada.

Reiteramos que as negociações continuam em andamento, dentro do que foi aprovado pela Assembleia Geral, e que aguardamos uma nova contraproposta para submetermos à assembleia."

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