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Vereador de extrema direita é o único a favor de animais em circo no Legislativo piracicabano (fotos/créditos: Depositphotos/Rubens Cardia) |
O vereador de extrema direita Renan Paes (PL) foi o único do Legislativo piracicabano a apoiar na sessão camarária de quinta, dia 6, o projeto de lei no Congresso Nacional para liberar animais em circos em todo o País. De autoria do deputado federal por São Paulo Jose Augusto Rosa, conhecido por Capitão Augusto, Renan defendeu que não poderia ir contra o correligionário e vice-presidente nacional do Partido Liberal. Este projeto é criticado nas redes sociais do deputado até por bolsonaristas. Na sessão anterior, do dia 27, Renan também foi voz solitária ao votar contra a Frente Parlamentar de Combate à Crise Climática – vale destacar que Piracicaba está na lista federal de municípios brasileiros em risco para desastres naturais.
Conforme a Anda (Agência de Notícias de Direitos Animais), a exploração de animais em circos no território brasileiro é um golpe contra décadas de luta pelo fim do abuso e da crueldade.
"Confinados em espaços mínimos, submetidos a longas e exaustivas viagens, e forçados a executar truques que imitam comportamentos antinaturais, esses animais são reduzidos a meras marionetes para o entretenimento humano. Os treinamentos envolvem violência, privação de necessidades básicas e humilhação, tudo para garantir que desempenhem números que nada têm a ver com sua natureza. A proposta ignora o crescente entendimento científico de que animais são seres sencientes, que sentem medo, estresse e dor", coloca a reportagem da agência.
O que disse Renan sobre retorno de animais para uso de entretenimento por circos.
Na quinta passada, a vereança votava uma moção de repúdio de autoria da vereadora Alessandra Bellucci (AVA) contra o PL do circo do Capitão Augusto – moção aprovada por 15x1. “Vou deixar meu voto contrário. Entendo as motivações dela [vereadora Alessandra], mas não é o entendimento do nosso partido. E principalmente do vice-líder do nosso partido. É apenas um projeto de lei que será discutido na Câmara federal”, minimizou.
Racha no PL piracicabano.
Até o fim do ano passado, o Partido Liberal local tinha como líder o vereador de carreira Laércio Trevisan Jr. A partir deste ano, o ‘cargo’ e o espaço maior de fala durante as sessões camarárias ficaram nas mãos de Renan Paes. Laércio – que é autor de lei municipal que proíbe a utilização de animais em circos em Piracicaba – também foi à Tribuna e descascou o projeto do tal Capitão.
“Vou acompanhar a moção de repúdio não pela pessoa que está propondo, mas pela lei não permitir. Os animais em circo, laçada, derrubada, têm leis proibitivas em Piracicaba. Já foi essa era de usar animais em circo, [isso] não existe mais. Veja a cultura como era antigamente com cães e gatos. Hoje é totalmente diferente. A pessoa não pode querer que um animal fique em um quadrado de 2x2 [metros], leão em jaula, por 24 horas. Aqui faltou bom senso”, cutucou o ex-líder do PL.
Outra derrapada de Renan.
Um ajuste para incluir mais vereadores na Frente Parlamentar de Combate à Crise Climática foi votado e aprovado na sessão camarária do dia 27 de fevereiro – coisa simples, mesmo porque a proposta da Frente Parlamentar já havia passado pelo Legislativo. Sob o comando da vereadora Silvia Morales (Mandato Coletivo/PV), foram incluídos Gesiel de Madureira (MDB), Felipe Gema (Solidariedade), Rai de Almeida (PT) e Zezinho Pereira (UB). Mesmo assim, o vereador Renan Paes (PL) foi o único no plenário a se posicionar contra.
“Concordo com [mais] árvores, [existência de] ilhas de calor, mas não concordo com outras psicoses ambientalistas”, disse em fala breve e citando livro ‘Psicoses Ambientalistas’, de Bertrand de Orleans e Bragança, publicação que mistura comunismo com ambientalismo. Bertrand é um idoso francês de 84 anos e descendente da família imperial brasileira com pretensões ao extinto trono no Brasil, a figura ícone do monarquismo caquético.
Assim, o vereador Renan se mostra um negacionista ao ignorar as alterações ambientais que têm impactado de enchentes como a do Rio Grande do Sul a colheitas, com efeito na produção de alimentos. Enquanto isso, na Tribuna, Silvia Morales destacava a importância de viabilizar Piracicaba como cidade resiliente. "A crise [climática] veio para ficar. É importante fazer discussões e encaminhar projetos de leis", pontuou. E Renan já não tem um histórico recente muito bom.
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